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Subprodutos e economia circular: o papel do algodão na bioeconomia da Bahia

Da Redação
3 de outubro de 20255 de outubro de 2025 No Comments

Com o aproveitamento integral da planta, do fio às sementes, produtores e empresas parceiras, como a Icofort, têm promovido a sustentabilidade do agronegócio no Oeste Baiano

Produção de algodão em Luís Eduardo Magalhães: aproveitamento integral | ABAPA/Divulgação

Por Tailane Adan

Revisão e orientação: Kátia Borges

No horizonte do Oeste Baiano, destaca-se a imensa riqueza da cotonicultura. O município de Luís Eduardo Magalhães, conhecido como a “capital do agronegócio”, abriga um bioma de cerrado e um PIB de R$ 8,8 bilhões. Na região, segundo dados registrados pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o ciclo do algodão movimenta investimentos três vezes maiores do que a soja, o que demonstra a sua relevância econômica.

Números divulgados este ano pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA) registram a geração de 41 mil empregos na região, impulsionando áreas diversas e movimentando a economia regional. No setor algodoeiro, nada se perde. Tudo se transforma. Cada parte da planta é aproveitada, do fio à semente. E a ABAPA desempenha papel crucial em todas as etapas, promovendo a cotonicultura nos mercados nacional e internacional e incentivando práticas sustentáveis, com investimentos na qualidade e na rastreabilidade da fibra.

Nas fazendas produtoras, unidades de beneficiamento têm a função de separar as sementes das plumas, em um processo qualificado por certificações específicas, legislação própria e regras rigorosas. Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), reforça o empenho para alcançar a qualificação máxima em todo o setor, destacando a criação do programa SBR-HVI, que monitora todos os laboratórios que analisam algodão no país, e o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB).

Silmara Ferraresi, diretora de Relações Institucionais da ABRAPA: qualificação | ABAPA/Divulgação

“O SBR-HVI garante a padronização e a confiabilidade das análises de qualidade do algodão brasileiro, o que fortalece a nossa imagem no mercado internacional e agrega valor à fibra produzida no país”, afirma Silmara Ferraresi. Também criado pela ABRAPA, o PQAB fornece certificação para os fardos e amostras de algodão, aprovados pelo SBR-HVI, reforçando a segurança do processo.

Práticas responsáveis

A Abapa estimula práticas de manejo sustentável do solo em todo o ciclo produtivo, unindo tecnologia e responsabilidade ambiental. Os subprodutos do algodão têm múltiplos destinos: o farelo e a torta são usados em rações e adubos; o óleo serve à indústria alimentícia, cosmética e de biodiesel; e a casca do caroço se transforma em biocombustíveis e materiais compostos.

Outro derivado valorizado é o línter, a fibra curta que reveste a semente e é essencial para a produção de papel, celulose e itens de higiene. Muito demandado pela indústria internacional, especialmente pela China, o línter é um símbolo da versatilidade do algodão. A fiscalização do Ministério da Agricultura (MAPA) garante que todo o processo siga padrões legais e sanitários, com vistorias regulares nas unidades de produção.

Tecnologia e bioenergia

Historicamente, o óleo de algodão foi o principal óleo vegetal nos EUA até meados do século XX, sendo depois substituído por soja e milho. No Brasil, ocupa hoje o segundo lugar na produção de óleos vegetais, atrás apenas da soja. Seu refino exige etapas rigorosas para remover impurezas como o gossipol, substância que, se não tratada, pode ser tóxica.

A purificação permite que o produto seja usado tanto como alimento quanto como fonte de energia limpa, reforçando o potencial do algodão como um vetor de sustentabilidade. O gossipol, substância antinutricional que é encontrada nas sementes do algodão, pode estar presente em duas formas: livre (tóxica) e ligada (não tóxica).

Da semente à exportação

No Brasil, a Icofort, maior empresa do Norte/Nordeste em processamento de caroço de algodão, atuando no agronegócio desde 1965, realiza o processo completo de transformação, que começa com a limpeza, seguida do deslintamento, no qual se retira a fibra. Em seguida, o caroço passa por um processo de quebra e é cozido, permitindo a extração do óleo.

Vista aérea da Icofort, no Oeste Baiano: aposta nos subprodutos do algodão / Icoforte/Divulgação

Analista de laboratório na Icofort, Igor Alves destaca a importância do controle de qualidade nos processos que são desenvolvidos na empresa. Segundo ele, a unidade conta com uma estrutra laboratorial interna que realiza análises detalhadas do teor de óleo, umidade, celulose do línter e da sua capacidade de absorção. Os resultados se refletem diretamente na aceitação dos subprodutos pelo mercado internacional.

O línter, um dos subprodutos do algodão, é exportado principalmente para o Japão e a China, onde é utilizado na produção de maquiagens e papel-moeda, entre outros produtos. O restante é destinado à produção de ração animal, por meio de prensagem. O caroço do algodão é excelente fonte de proteína, oferecendo um ótimo custo-benefício para os pecuaristas.

No campo da nutrição animal, o farelo do algodão se destaca por sua rica composição nutricional, contendo cerca de 48% de proteína bruta, 1,8% de gordura (extrato etéreo), 25% de fibra em detergente neutro e cerca de 77% de nutrientes digestíveis totais. A ração animal já sai da fábrica pronta para o consumo, atendendo diretamente ao setor agropecuário.

A Icofort aposta no aproveitamento integral dos subprodutos do algodão, o que, na opinião de Igor Alves, contribui para reduzir os custos com o descarte, complementando um processo qualificado que é iniciado já nos campos de algodão.

Nutrição animal

O caroço de algodão é fonte rica de proteína e fibra, tornando-se alternativa de excelente custo-benefício na pecuária intensiva. O farelo de algodão, com cerca de 48% de proteína bruta, melhora dietas animais, tornando-as mais eficientes e econômicas. Já a torta de algodão se destaca pelas propriedades energéticas e proteicas.

Esses subprodutos fornecem fibra efetiva, essencial à digestão dos ruminantes. Em dietas de confinamento, a fibra garante o bom funcionamento do rúmen e evita problemas digestivos.

Por outro lado, o gossipol, presente nas sementes, exige atenção: sua forma livre é tóxica e pode afetar bezerros e a fertilidade de touros. O manejo adequado é essencial para garantir segurança alimentar e produtividade na pecuária.

Desenvolvimento social e ambiental

A cadeia produtiva do algodão no Oeste Baiano alia progresso econômico e responsabilidade ambiental. A Abapa investe em projetos sociais, como o Programa de Apoio aos Pequenos Agricultores Familiares. De acordo com Gustavo Prado, diretor executivo da associação, os participantes recebem kits de irrigação gratuito para até um hectare de lavoura.

A ação é financiada pelo Fundo de Desenvolvimento do Agronegócio do Algodão (FUNDEAGRO) e busca promover inclusão produtiva e geração de renda no campo. Nas unidades de beneficiamento, as normas de segurança e as certificações reduzem impactos ambientais e garantem condições adequadas de trabalho.

O aproveitamento integral da planta reforça o compromisso com a economia circular: no algodão, tudo se transforma. Mesmo ocupando apenas 0,55% da área da Bahia, o algodão exerce uma força transformadora, impactando vidas, fortalecendo a economia e provando que progresso, sustentabilidade e agronegócio podem caminhar juntos.

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