Entenda a doença que afeta uma em cada dez mulheres no mundo.
Por Anna Gherardi
Revisão por Gabriel Ornelas
No dia 7 de maio, o mundo se une para lutar contra a endometriose, uma doença crônica ainda pouco conhecida, que acontece quando o tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora dessa região, causando dores intensas, sangramentos irregulares, problemas de fertilidade e uma série de outros sintomas que afetam diversos órgãos, principalmente a pelve e os ovários.
O Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose destaca a importância da conscientização para a população feminina. É importante que as mulheres estejam familiarizadas com seus próprios corpos, incluindo seu ciclo menstrual para que os sintomas incomuns sejam facilmente detectados, o que facilita diretamente na descoberta de um diagnóstico precoce e consequentemente em um tratamento mais eficaz.
Dentre os sintomas dessa condição, as que mais se destacam são dores durante a relação sexual, cólicas menstruais intensas, alterações intestinais e sangramentos irregulares.
Os tipos de endometriose são classificados como Endometriose peritoneal superficial, na qual há a ocorrência de lesões superficiais na região pélvica; Endometriose ovariana (endometrioma), em que se forma um cisto na região dos ovários, podendo levar a inflamação dos órgãos e a Endometriose infiltrada profunda, mais associada com a infertilidade, caracterizada por lesões em profundidade maior.
Convidamos Ana Carolina Alves (22) para nos contar sua jornada sendo portadora de endometriose. Ana Carolina destacou os desafios que enfrentou e a importância de um acompanhamento médico.
“Eu demorei muito pra receber um diagnóstico. Desde que comecei a menstruar, com mais ou menos 10 anos de idade, eu sentia dores fortes. Não conseguia ter uma rotina normal durante o período menstrual. Doía muito, era difícil achar algum remédio que aliviasse. A gente tentava de tudo. Mas em casa o pessoal achava que era normal, porque minha mãe também teve muita cólica na adolescência”, disse a jovem.
“Até que as dores começaram a ficar piores e, além disso, tinham outros sintomas, muito inchaço, constipação. Eu ficava dias constipada e durante o período tinha diarreia forte. Me prejudicou muito no colégio, porque às vezes eu tinha que faltar provas, aulas e meu fluxo era intenso”, completou Ana.
De acordo com ela, foi em uma das idas ao hospital que a fez se informar melhor sobre o que poderia ser a origem dessas dores.
“Uma médica me direcionou para procurar um especialista porque poderia ser endometriose. Eu fiz o exame e o diagnóstico foi certeiro, eu tinha 18 anos na época. Ele passou um remédio contínuo, me encaminhou para a nutricionista. Às vezes quando eu deslizo muito na alimentação ou esqueço do remédio chego a sentir cólicas, mas isso é muito raramente. Minha vida melhorou da água para o vinho”, finalizou Ana Carolina.